domingo, 15 de abril de 2012

Manipulando as mentes.




Por Noan Chomsky

1- A estratégia da diversão
Elemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distrações e informações insignificantes.
A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais nos domínios da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
"Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outros animais" (extraído de "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2- Criar problemas, depois oferecer soluções
Este método também é denominado "problema-reação-solução". Primeiro cria-se um problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa reação do público, a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar. Exemplo: deixar desenvolver-se a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis de segurança em detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazer como um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dos serviços públicos.
3- A estratégia do alongamento
Para fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-la progressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo que condições sócio-econômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos 1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações, salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.
4- A estratégia do diferimento
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como "dolorosa, mas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicação no futuro. O público tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhor amanhã".
5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenas
A maior parte da publicidade destinada ao grande público utiliza um discurso, argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, como se o espectador fosse uma criança pequena ou um débil mental. "Se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos de idade, então, devido à sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ou uma reação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de 12 anos". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )
6- Apelar antes ao emocional do que à reflexão
Apelar ao emocional é uma técnica clássica para “curtocircuitar” a análise racional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para ali implantar ideias, desejos, medos, impulsos ou comportamentos...
7- Manter o público na ignorância e no disparate
Atuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão.
"A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser  de baixa qualidade, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferiores das classes superiores permaneça incompreensível pelas classes inferiores". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas" )
8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridade
Encorajar o público a considerar "natural" o fato de ser idiota vulgar e inculto...
9- Substituir a revolta pela culpabilidade
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade, devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seus esforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduo se auto-desvaloriza e se culpabiliza, o que engendra um estado depressivo que tem como um dos efeitos a inibição da ação. E sem ação, não há alteração!...                                                  Exemplo: a sociedade da eficiência (ninguém pode errar).
10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si próprios
No decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaram um fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado do ser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecer melhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significa que na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior poder sobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.

A Revista Veja faz fumaça também para defender agiotagem dos bancos


A revista Veja não fez cortina de fumaça só contra a CPI do Cachoeira. Fez a mesma coisa para defender os juros extorsivos dos bancos privados.

A revista começa fazendo cortina de fumaça dizendo "a estratégia dos bancos públicos é louvável" (também se entrasse de sola dizendo-se contra, desagradaria seus próprios leitores de classe média), para em seguida repetir a mesma ladainha do lobby pela agiotagem dos banqueiros privados, que foram ao Palácio do Planalto dizer que, para baixar os juros, precisam mamar nas tetas do governo.

A revista comete ato falho e confessa o lobby neste trecho onde toma as dores da FEBRABAN (Federação de bancos):
Ao criticar as demandas feitas pela Federação dos bancos (Febraban) para reduzir os juros, Guido Mantega afirmou que as instituições privadas querem jogar a responsabilidade do spread “nas costas do governo” e que elas “têm margem para reduzir taxas”. A declaração evidencia uma avaliação tacanha do problema. Os bancos inegavelmente possuem – como ocorre na maioria dos países, aliás – elevada rentabilidade, mas o alto custo final do dinheiro no Brasil está longe de se resumir a essa questão. Boa parte da explicação está nas deficiências da própria economia e sua solução depende sim do Planalto.
Só que pouco antes, a revista caiu em contradição ao dizer:
A ação do BB e da CEF, seguida pelo privado HSBC... [o HSBC também cortou juros para pessoas física]
Ora, se um banco privado estrangeiro, que atua em centenas de países, acompanhou o corte de juros, é a confirmação cristalina de que o ministro está certo, e havia margem de sobra para cortar, e aquela conversa de "deficiências da própria economia" não passa de lobby da Veja e da FEBRABAN.
Não sei como que o leitor da revista, de classe média, usuário de serviços bancários, não se dá conta que a revista o está chamando de otário, com essa argumentação tacanha.

Em outro trecho a revista faz proselitismo para desestimular clientes mudarem de banco, escondendo do leitor a existência da portabilidade de financiamentos regulamentada pelo Banco Central, e da "transferência automática de salário" para quem tem conta-pagamento:
Até então, seguras da “dor de cabeça” que é trocar de banco, as supostas concorrentes não moviam grande esforço para assediar clientes umas das outras — e tampouco sacrificavam suas margens.
Bradesco patrocina a Veja, e Itau é grande anunciante

O banco privado Bradesco patrocina o acervo digital da revista Veja, além de fazer grandes anúncios nas páginas impressas:
O Banco privado Itaú também é grande anunciante da Veja, em páginas duplas:


O Bradesco ainda patrocina na TV o "Jornal Nacional" e o Itaú o "Jornal da Globo".

Como se vê, há fortes indícios de uma ação política entre os bancos e a mídia pela manutenção dos privilégios e do projeto de poder demotucano.

É por isso que é importante pessoas progressistas engajadas em romper com os 500 anos de atrasos e golpismo contra a prosperidade do povo e da nação, devem tomar a decisão POLÍTICA de mudar suas contas dos bancos privados para os bancos públicos. Porque se continuarem sendo clientes destes bancos privados, além de enfraquecerem o controle público sobre o sistema financeiro nacional, acabam por ajudar a financiar estas revistas e telejornais golpistas.

Jornalistas serão convocados pela CPI


Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Nenhum dos envolvidos com o bicheiro — ou, se preferirem, com o “empresário do ramo de jogos” — Carlinhos Cachoeira deve escapar da investigação da CPI que, tudo indica, será criada na semana que vem no Congresso para se debruçar sobre os desdobramentos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
A opinião é do deputado Fernando Ferro (PT-PE), que foi o criador do famoso PIG, o Partido da Imprensa Golpista, para se referir a grupos de mídia que se engajaram em campanhas contra o governo do ex-presidente Lula, algumas delas baseadas em fiapos de informação, quando não em fantasias.

Sobre a ênfase dada nas últimas horas às suspeitas em torno do governador de Brasília, Agnelo Queiroz, do PT, o deputado negou que deva ser motivo para o partido desistir de investigar:

“Não, de forma alguma, é motivo para investigar e esclarecer. E nós não podemos aceitar acusações simplesmente como tentativa de desviar o foco, uma vez que o centro desta corrupção está no DEM, está aí nos setores da mídia que participou desse esquema de escândalo e faz parte da articulação do Cachoeira. Se tiver alguém do PT envolvido nisso, na investigação vai aparecer. E aí não tem motivo para ter medo. Se tiver culpa eu sinto muito, a nossa posição tem de ser esclarecer, isso é em benefício da democracia, do próprio partido e da política limpa. Eu me recuso a aceitar acusações sem ter investigação, me recuso a não fazer a investigação, que aí é o pior dos mundos”.

Sobre a convocação de jornalistas ou de empresas jornalísticas:

“Eu acho que todos aqueles que tiverem vinculação ou qualquer contato que de alguma maneira o comprometa no processo de investigação da operação Monte Carlo, ele deve ser ouvido e trazer esclarecimentos. É incompreensível que um jornalista tenha 200 ligações para Carlinhos Cachoeira e de repente ele vai dizer que não tem nada a ver com essa onda de acusações, de arapongagem, de denúncias e de envolvimento com esse crime organizado. Não teve nada… Acho que tem que ter… obrigatoriamente esclarecer, até para o bem da autoridade jornalística e para a reputação deste orgão de imprensa mais do que ninguém deve ter interesse em esclarecer essas relações”.

O medo da Revista Veja (2)











A capa da Veja que está chegando poderia ser esta:

Re: O medo da Veja (3)



Por Juriti do Cerrado
Pensei que a Veja viesse com o assunto "Delta Construções" para esconder seus próprios podres. Ao que tudo indica, o Demóstenes Torres, garoto de recado de Cachoeira,  optou pelo "mensalão", por sinal uma cria do trio Veja-Demóstenes-Cachoeira.
Realmente chega a ser divertido ver o crime organizado se movendo para livrar o Poderoso Chefão, no momento num presídio de segurança máxima.
É caso de estudo, de livros e tudo mais sobre o crime organizado no Brasil, em nenhum outro lugar do mundo a máfia foi tão longe, a ponto de quase derrubar o presidente da República com a farsa do mensalão.
Até as areias do mar sabem que Demóstenes Torres foi a fonte da Veja desta semana, enfim, o esquemão do Cachoeirão não foi desbaratado e dificilmente o será,  no máximo os capos substituirão a conhecida rede de arapongas por gente como Demóstenes e outros que não podem ser investigados pela polícia, como por exemplo advogados bandidos, beneficiados por uma lei proposta pela máfia.
"A Delta negou ter feito doação para a campanha de Agnelo e declarou que o presidente do conselho de administração da empresa, Fernando Cavendish Soares, não conhece o governador e nem se reuniu com ele.
Marcelo Lopes declarou que não tem envolvimento com o jogo do bicho.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, disse que pediu que a Polícia Federal apure a origem do vazamento de informações sobre a operação Monte Carlo e negou que o vazamento tenha partido da polícia."
E falando em máfia, eles se deram mal dias atrás. Na Itália, não no Brasil, claro, por aqui os mafiosos tem a imprensa no bolso, quer dizer, a própria imprensa faz parte do crime organizado.
Sobre prisão de seus congêneres na Itália, deu no JN no dia 19/3/12, já os mafiosos daqui, cuja rede é bem mais ampla e cometeram crimes parecidos e até mais graves, continuam com seu esquema intacto:
"Na Itália, a polícia prendeu 50 acusados de associação mafiosa, lavagem de dinheiro e corrupção. Entre eles, 16 juízes que teriam dado sentenças favoráveis aos chefes da Camorra, a máfia que atua na região de Nápoles. Também foram apreendidos bens no valor aproximado de R$ 2,5 bilhões."


É incrível e desonesto esta capa da "Veja", bem como inúmeras matérias em afins da grande imprensa.
A CPI de mensalão já foi concluído e o processo pelo STF está em fase final de julgamento.
Que diferença faz se , como vai ser desvendado, se o "mensalão" partiu de um conluio da "Veja", com Demóstenes e etc?
O medo do desmascaramento do seu envolvimento em várias tentativas de desestabilização do governo e imenso, e o corporativismo, no mínimo, dos outros veículos faz com que tentem enganar a quem, se não seus próprios leitores? Eles merecem.
Querem chamar os seus leitores de "aloprados"?


É caso pra se rir. Mas também é caso de repousar a cabeça sobre as mãos e pensar no ponto do absurdo a que se chegou. Este movimento estava sendo ensaiado ao longo da última semana: matérias tratando de Cachoeira isoladamente, da Delta como empresa que presta serviços para o PAC, um senador Demóstenes aparecendo pequenininho como "mais um" que caiu na rede do bicheiro. O nome da presidenta surgindo em contextos que não se relacionavam com a matéria. O nome de Demóstenes minguando em certos órgãos de imprensa. O de Agnelo Queiroz vindo à tona. Que mais? Matérias dizendo que a CPI, que tem Demóstenes no centro das questões, seria, na verdade, um revanchismo orquestrado por Lula e pelo grupo petista ligado ao Zé Dirceu contra a digníssima revista que denunciou o mensalão. E agora, esta capa, a cereja do bolo! E a isto querem que uma parte da sociedade acredite se tratar de pura e simples liberdade de imprensa.
A cortina de fumaça existe sim.  Mas não do jeito que esta capa nos quer fazer ver. Uma qualidade ela tem: a auto-ironia.
Me pergunto o escândalo nacional que seria se, num estado governado por um adversário político, num estado onde um réu que mantinha relações com um senador deste mesmo estado, que também exercia influência sobre a polícia militar e sobre altos representantes do judiciário, se neste estado, a Revista Veja fosse, inexplicavelmente, tirada de circulação. Não é preciso muita imaginação para acreditar que, antes mesmo de apurar qualquer fato e qualquer suspeita, um enorme arsenal de imprensa seria colocado em ação para defender a liberdade de imprensa, um alarde seria criado para informar aos brasileiros que o partido político em questão é uma verdadeira máfia que pretende instituir práticas violentas e autoritárias, que pretende banir a imprensa livre. O espetáculo da demonização seria bem previsível. No entanto, tudo isso aconteceu na realidade. Mas como a revista era a Carta Capital, como o governador era do PSDB, como o senador era (e, neste caso, literalmente era) do DEM, o fato foi considerado irrelevante, indigno de uma pequena nota, muito menos de uma ação solidária por parte dos defensores da liberdade de imprensa. Palavras como censura, máfia, autoritarismo, corrupção, escândalo, entre outras não servem se não puderem, em lugar de descrever fatos, atacar desafetos políticos.
Por Rafael Wuthrich

É simplesmente inacreditável isso. Não é só ridículo: é uma afronta à nossa inteligência. Ora, vamos pensar pelo lado prático: o famoso Mensalão, existente ou não, já foi investigado e logo será julgado. O STF tem tudo em mãos. Mas e os escândalos de agora? Não serão sequer discutidos?

Me surpreende não a defesa incondicional desses bandidos, o que aliás já era esperado, mas o esforço de se requentar uma situação que já está em curso de ser resolvida. Um dos nossos companheiros colocou um comentário perfeito aqui: se fosse para fazer isso, o melhor era ter ligado a Delta a Agnelo e a Sergio Cabra e feito matéria de capa os ligando a Cachoeira - mesmo sendo inverossímil, assim como as 6 ligações de Protogenes (Policarpo teve mais de 200).
Mas não. A Veja prefere atacar o governo com algo que nem ele mais teme. Por que? Ora, Lula já não é mais o presidente, Marcos Valério está preso por vários outros crimes e os Ministros e políticos envolvidos já não estão mais no governo, Dirceu inclusive. Dilma e o PMDB Nacional hoje é quem dão as cartas junto com o PSB, e não me parece que o PT, que anda se fortalecendo sem aparecer demais - vale lembrar que nenhum de seus políticos hoje tem grande exposição no partido, fora Haddad que concorre à Prefeitura -  então me parece não apenas inoportuna, mas também sem resultado prático nenhum. A própria população já está cansada do tema. Ou seja, é um duplo erro estratégico: não defende a revista e tampouco ataca o governo.

Eu poderia pensar que é desespero, mas creio que outro dos comentaristas entendeu a mensagem: não podendo atacar Cachoeira ao ligá-lo ao governo - o que poderia complicar ainda mais sua situação - nem Demóstenes - que aparentemente possui força imensa na revista (embora tenha ouvido ontem em Brasilia, ao conversar com um colega que trabalha lá, que na capital ele está sem força nenhuma e completamente desesperado) -, a revista optou por requentar um assunto já sem apelo nenhum e colocá-lo na capa, quando a população inteira discute quem é Demóstenes e como ele se tornou amigo do bicheiro (quer saber se a população sabe de algum tema? Pergunte aos taxistas. Se mais de um tocou no assunto, é porque o tema está na boca do povo - e isso aconteceu comigo e 4 das 5 vezes que tomei taxi nas duas últimas semanas - isso sem contar os jornais tablóides - Expresso, Agora, Meia-Hora - que também tem jogado materiazinhas sobre o tema, expondo os envolvidos e levando a informação ao dito "povão").

Na minha opinião, é mais uma prova que a revista não só perdeu a mão, mas também a própria inteligência.